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Quando começo a me interessar pela pintura são os Interiores que me chamam. Momento de reflexão e de sentir o entorno bem próximo.
Viver oscila entre interior e exterior, a casa e o mundo, o eu e o coletivo... São espaços, conceitos, visões... complementares. Nestas obras de Interiores a presença humana é marcada pela ausência, a essência fica nos detalhes que a proximidade vai nos revelando.


“Pela posição dos pratos e das xícaras, dos copos e das comidas, aquele que ficou apercebe-se de como decorreu um serão em que se receberam hóspedes.” Walter Benjamin, em Rua de Mão Única – Infância Berlinense, 2013.


“Voltava a adormecer, e às vezes só despertava por um breve instante, suficiente para ouvir os estalos orgânicos do madeirame, abrir os olhos para encarar o caleidoscópio da escuridão e desfrutar, graças a um clarão momentâneo da consciência, do sono em que estavam mergulhados os móveis, o quarto, aquele todo do qual eu não era mais que uma parte ínfima, e a cuja insensibilidade rapidamente regressava.” Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido I, 1913.

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